Naquele trecho da estrada,
a poeira se levantava
com o vento em redemoinho
na tardezinha de sol.
O menino que ali passava
a olhar parou um instante
e fez de conta que o vento
fosse trazer-lhe o mal.
Tão logo os ciscos voaram
Tão logo também caíram
e o menino seguiu caminho
assobiando pro “Tal”.
O céu sem nenhuma mancha
e o menino com tantas manhas
com um graveto na mão
só queria riscar o sol.
Não queria ficar alheio
aos perigos do capeta
dos redemoinhos apressados
que a vida leva e traz.
Riscar o chão com o graveto
uma metáfora do seu desejo
de querer furar o mundo
o vento, a vida e a morte.
Queria achar sentido
nos redemoinhos da vida
ao deixar um sinal no caminho
nem que fosse um risco apenas.
E ainda que a poeira respirada
sumisse dentro de si
e fosse uma parte de si
compondo seu caráter
não deixaria que os ciscos
que cegam e enfeitiçam
lhe roubassem o tempo
lhe tomassem a vida
e lhe fizessem frágil.
Redemoinhos de vento
portais do ‘Coisa Feia’
não lhe assutavam nunca.
O menino era feito de sol
o sol que acordava as montanhas
e trazia em sua alma
a força da luz de Deus.
Ronaldo Sérgio
Great Poem !
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Thanks
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Lindo poema amigo!
O nome do menino deve ser resiliência, pois mesmo na diversidade nada o afasta da trilha, nada o impede do desejo, nada lhe impõe o medo, decidido segue em frente como a um grande pequeno mestre, repleto de paciência. 🙂
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Adorei o nome Kambami. Ultimamente tenho publicado pouco. Muitas outras atividades têm me tomado o tempo e o sono.
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Após uma reorganizada geral aqui nos meus blogs, refiz minha lista de favoritos e (re)encontrei o seu site. E vejo como seus textos ficam cada vez melhores.
Grande conjunto de imagens… É arriscado fazer poemas hoje com essa temática da criança, pois se descamba muito fácil para o clichê. Mas aqui não tem clichês. Muito legal!
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Obrigado pela sua apreciação. Você é sempre bem vindo. Abrs.
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Deveríamos ser como o menino, apesar de todas as adversidades, permanecer no caminho, e assobiar ao “Tal”.
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