Remendar os fatos não posso.
Por vezes, em minha cuia,
coloco os maus trechos ali dentro
e despejo tudo lá fora no mato.
Coisa ruim deve ser jogada fora.
Volto pra casa mais aliviado
com minha cuia vazia,
com minha alma liberta do susto,
dos tormentos dos fatos estripados
sujando a minha cozinha,
a minha sala, o meu quarto e o meu coração.
Reservo um lugar no armário pra minha cuia,
serrada com dor, a cabaça inteira,
esvaziada as entranhas do antanho amargor
de molho por dias e noites,
até ficar limpa.
Todos os dias, minha cuia está cheia e vazia,
o mato que o diga
minha alma que o diga,
Remendar os fatos não posso.
Apenas jogo fora o que não presta.
E aprendo o que apreendo
como a cuia que fiz
como o que fiz com a cuia.
Ronaldo Sérgio
Difícil é sorrir com a nossa tristeza.
É verdade, todos os dias temos deixar de lado todas as negatividades, mas não podemos esquecê-las como conhecimento.
Excelente poema!
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Obrigado Jomabastos. Sim, aprendemos muito com coisas defícies, com erros e problemas.
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Às vezes falta cuia, ou espaço nela. Muito legal o poema!
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É mesmo, faltam muitas cuias às vezes. rsrsrsrsr
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Gostei muito dos versos! Parabéns!
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Obrigado Adriano pela acolhida.
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Belo poema reflexivo! É preciso jogar fora o que não presta, pra não saturar a cuia, não é mesmo!? Só assim, para mantermos nossas mentes mais leves…
Adorei seu blog, Ronaldo! Poemas maravilhosos!
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Obrigado Nara, volte sempre.
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